PF prende 28 pessoas em ação contra desvio de recursos públicos na UFPR
Adriana Justi e José ViannaDo G1 PR e da RPC
A Polícia Federal (PF) realiza uma operação para combater a prática de desvio de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná (UFPR) na manhã desta quarta-feira (15) em cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. A ação foi batizada de 'Research'.
De acordo com a Polícia Federal, 28 pessoas tinham sido presas até o fim da manhã.
A secretária da pró-reitoria de Planejamento e Orçamento, Tânia Maria Catapan, e Conceição Abadia de Abreu Mendonça, que é chefe do setor de Orçamento e Finanças do mesmo setor, são suspeitas de ser as principais responsáveis pelo desvio de, pelo menos, R$ 7,3 milhões em bolsas de pesquisa para 27 pessoas.
Ambas foram presas pela manhã e tiveram o exercício da função pública suspenso pelo juiz Marcos Josegrei da Silva.
"Há indícios substanciais, portanto, de autoria delitiva direta em relação às servidoras públicas federais CONCEIÇÃO ABADIA DE ABREU MENDONÇA e TÂNIA MARCIA CATAPAN quanto aos desvios de recursos públicos objeto de investigação. A esta altura vale a pena recordar que CONCEIÇÃO MENDONÇA anteriormente já foi denunciada pelas práticas no ano de 2008 dos crimes capitulados nos arts. 312 do CP (peculato) e no art. 89 da Lei nº 8666/93 (fraude em procedimento licitatório)", disse o juiz no despacho em que autorizou as prisões.
Na decisão, o juiz ressaltou ainda que "os processos concessórios das bolsas não foram encontrados e, ao que tudo está a indicar, nem mesmo existiam".
"Os desembolsos eram autorizados pela Instituição de Ensino com base em singelos expedientes que levavam os nomes dos beneficiários e os valores a serem pagos. Esse estado de coisas conduziu a pagamentos mensais a quem sequer vínculo com a Universidade possuía ocasionando um desfalque inaceitável de mais de R$ 7 milhões em um período superior a três anos sem que, para dizer o mínimo, ninguém da instituição de ensino percebesse, ainda que os fatos se repetissem mensalmente", declarou Josegrei.
"Os desembolsos eram autorizados pela Instituição de Ensino com base em singelos expedientes que levavam os nomes dos beneficiários e os valores a serem pagos. Esse estado de coisas conduziu a pagamentos mensais a quem sequer vínculo com a Universidade possuía ocasionando um desfalque inaceitável de mais de R$ 7 milhões em um período superior a três anos sem que, para dizer o mínimo, ninguém da instituição de ensino percebesse, ainda que os fatos se repetissem mensalmente", declarou Josegrei.
O G1 tentará contato com os advogados dos envolvidos. De acordo com a Justiça Federal, até as 10h50, os investigados não tinham advogado constituído.
Ao todo, foram expedidos 73 mandados judiciais, sendo 29 de prisão temporária, 8 de condução coercitivas, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 36 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos, estão dois funcionários públicos federais.
As prisões têm prazo de cinco dias e podem ser prorrogadas pelo mesmo período ou convertidas para preventivas, que é quando os presos ficam detidos por tempo indeterminado.
As cidades onde os mandados estão sendo cumpridos são Curitiba, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Antonina, Francisco Beltrão e Ponta Grossa, no Paraná; Rio de Janeiro; e Campo Grande e Maracaju, no Mato Grosso do Sul. http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2017/02/pf-cumpre-operacao-contra-desvio-de-recursos-publicos-destinados-ufpr.html